A história de umas luvas castanhas
Há gestos que nos marcam e pessoas que ficam para sempre
no nosso coração. Este fim-de-semana no Minho foi um tempo
radicalmente feliz para mim e para toda a equipa MEP que vai
percorrendo comigo os caminhos deste país, onde nos damos
a conhecer e onde queremos ficar em contacto com a realidade.
O frio granítico dos útimos dias fez-me andar a tremer pelas ruas
de pés e mãos sempre geladas e a sentir-me desconfortável ...
A meio da manhã cruzei-me nas ruas do centro de Braga com
Alice, uma professora muito alegre e descontraída que me viu
ao fundo e veio ter comigo. Viu que estava de mãos geladas e
tirou automaticamente as luvas das suas mãos e ofereceu-mas.
Primeiro não as quis aceitar mas depois da insistência de Alice
acabei por ficar com elas e assumo que me deram muito jeito.
Comoveu-me este gesto e confesso que a Alice é agora uma
das pessoas que me acompanha para sempre. A alegria com
que tirou as luvas para me dar e a descontracção com que me
disse que sim, senhora, claro que me ia ouvir à noite à Junta
de Freguesia de S.Vítor ( e foi! ) fizeram o meu dia neste dia. E
se conto isto aqui e agora é para sublinhar ao privilégio que é
poder percorrer o país de norte a sul em campanha e conhecer
pessoas como a professora Alice e tantas outras.Que maravilha!